Em entrevista dada hoje à CNN Brasil, a médica Ludhmila Hajjar declinou do convite para assumir o Ministério da Saúde. Ela estava cotada desde sábado, porém, por ‘motivos técnicos’ não quer o cargo. “Fiquei muito honrada pelo convite do presidente [Jair] Bolsonaro, tivemos dois dias de conversas, mas infelizmente acho que esse não é o momento para que eu assuma a pasta do Ministério da Saúde por alguns motivos, principalmente por motivos técnicos” avalia.

“Sou médica, cientista, especialista em cardiologia e terapia intensiva, tenho toda minhas expectativas em relação à pandemia. O que eu vi, o que eu escrevi, o que eu aprendi está acima de qualquer ideologia e acima de qualquer expectativa que não seja pautada em ciência”.

A cardiologista afirmou que as posições em que o presidente Bolsonaro defende também foi um dos fatores de divergência entre ambos. “Algumas medicações pregadas, como a cloroquina, ivermectina, azitromicina, o zinco e a vitamina D já se demonstraram não ser eficazes no tratamento da doença (…) Muitos de nós prescreveram cloroquina. Eu mesmo já falei isso: eu também [prescrevi]. Até que fomos lidando com os resultados que a ciência nos trás e inúmeros estudos vieram para nos mostrar, de maneira definitiva, a não eficácia desses tratamentos. Isso é algo que eu pontei e é um assunto do passado. Claro que um país continental como o Brasil, com mais de 200 milhões de pessoas, não tem que decretar um lockdown nacional (…) Tem que ser pautada em decisões técnicas” disse.

Reportagem: Pedro Lima, com informações da CNN Brasil.

guazelli

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