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Em depoimento à CPI da Covid, nesta quarta-feira (12), o ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten afirmou que procurou o presidente Jair Bolsonaro para tentar “solução rápida” quando soube da oferta de vacinas da Pfizer.

“A minha atitude foi republicana e no intuito de ajudar… Procurei o presidente Bolsonaro na busca de uma solução rápida”, disse aos senadores.

O ex-secretário já havia afirmado, em entrevista à revista Veja, no dia 22 de abril deste ano, que se envolveu em tratativas sobre a Pfizer em setembro de 2020.

Na época, ele disse que as negociações travavam no Ministério da Saúde, comandado pelo ex-ministro Eduardo Pazuello, e que a falta de evolução no acordo atrasou o início da imunização no país.

À revista, ele declarou ainda que o presidente “está totalmente eximido de qualquer responsabilidade nesse sentido” e que Bolsonaro “era abastecido com informações erradas, não sei se por dolo, incompetência ou as duas coisas”.

Nesta quarta-feira (12), na CPI, os senadores apontaram contradições entre o conteúdo da entrevista e as afirmações à comissão.

O relator Renan Calheiros (MDB-AL) chegou a afirmar que a CPI poderá pedir a prisão de Wajngarten por não dizer a verdade aos parlamentares.

O presidente da comissão, o senador Omar Aziz (PSD-AM), anunciou que a CPI pediria a gravação da entrevista do ex-secretário à Veja, dizendo que o depoimento do ex-secretário estava prejudicado.

“Com todo o respeito que o senhor merece, se Vossa Excelência não for objetivo nas suas respostas, nós iremos dispensá-lo dessa comissão, pediremos a revista Veja que mande a gravação e o chamaremos de novo, não como testemunha, mas como investigado”, ameaçou.

Declarações de Bolsonaro

Na sessão, Wajngarten também foi pressionado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) a comentar as declarações de Bolsonaro que vão na contramão das orientações sanitárias durante a pandemia.

O ex-secretário afirmou desconhecer o alcance da fala do presidente.

“Eu acho que os atos do presidente pertencem a ele. Não posso especular o que passava na cabeça dele quando ele falou isso [sobre críticas a medidas sanitárias e à vacinação]. Eu não sei qual o alcance de uma fala presidencial. As frases de um presidente são carregadas pelos veículos de comunicação”, disse Wajngarten.

Em seguida, ele mencionou que as campanhas publicitárias na pandemia também serviram para “contrapor” as declarações do presidente.

“O impacto de uma mensagem é composto por várias formas de emulsão da mensagem. A fala do presidente é uma, a minha campanha é outra, a campanha de rádio é outra. Eu vou dizer ao senhor: Tem impacto? Tem impacto, a gente faz campanha para contrapor, a gente faz campanhas para complementar”, afirmou.

O ex-secretário disse ainda que há “muita gente que não escuta o presidente”. Segundo ele, as atitudes e declarações impactam cada público de maneiras distintas.

Suspensão dos trabalhos

O presidente da CPI da Covid suspendeu a reunião da comissão por volta das 17h10 após o senador Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ) ter chamado seu colega Calheiros de “vagabundo”, gerando um bate-boca na comissão.

O atrito se deveu ao fato de Renan Calheiros querer pedir a prisão de Wajngarten, ao que Flavio declarou: “Imagina a situação: um cidadão honesto ser preso por um vagabundo como Renan Calheiros. Olha a desmoralização.”

“Vagabundo é você, que roubou dinheiro de pessoal no seu gabinete”, retrucou Calheiros, “Você que é”, completou.

Reportagem de © Sputnik.

guazelli

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