O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, protocolou no sistema do Senado na noite desta terça-feira (18) um pedido de quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, após denúncia de um suposto esquema de corrupção na pasta revelado pelo Jornal Nacional, da TV Globo. A informação é do Jornal da Globo.

O pedido de quebra de sigilo acontece horas antes do ex-ministro prestar depoimento à Comissão, na manhã desta quarta-feira (19). Como é general da ativa, a convocação de Pazuello foi feita por intermédio da Secretaria-Geral do Exército, onde está lotado atualmente. No entanto, o militar ainda não sabe se irá fardado – em uma tentativa de intimidar senadores – à comissão.

Após conversar com Jair Bolsonaro, Pazuello pretende fazer uma explanação inicial mostrando documentos sobre sua atuação no Ministério durante a pandemia. Ele estará acompanhado do advogado da União, Diogo Palau, e de dois assessores designados pelo Exército para auxílio a checar datas e documentos a cada tema que for questionado por parlamentares.

O Jornal Nacional, da Globo, revelou em reportagem nesta terça-feira (18) que o Ministério da Saúde, sob gestão do ex-ministro Eduardo Pazuello, firmou contratos suspeitos que chegam a quase R$ 30 milhões, sem licitação, para reformar galpões de arquivo e prédios antigos da pasta no Rio de Janeiro. A pandemia do coronavírus foi utilizada como argumento para que os contratos fossem celebrados com “urgência” e sem licitação.

Segundo a reportagem, o coronel da reserva George Divério, nomeado por Pazuello em junho de 2020 para chefiar a Superintendência Estadual do Ministério no RJ, firmou em novembro daquele ano, em um intervalo de apenas 2 dias, dois contratos, com dispensa de licitação, que chegam a R$ 28,8 milhões.

A empresa contratada foi a Lled Soluções, cujos sócios são Fábio de Rezende Tonassi e Celso Fernandes de Mattos. Ambos eram sócios em outra empresa, a Cefa-3, que foi proibida de celebrar contratos com o governo federal até 2022 por estar envolvida em um contrato fraudulento com as Forças Armadas.

Sob a gestão Pazuello, o ministério também firmou contrato de R$ 19,9 milhões, novamente sem licitação, com a empresa SP Serviços, para a reforma na sede da pasta no Rio de Janeiro.

A reportagem do Jornal Nacional encontrou a sede da SP Serviços, que fica em Magé, área dominada pela milícia no Rio de Janeiro.

Reportagem de Plinio Teodoro, da Revista Fórum.

guazelli

Todos Posts

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Arquivos

Publicidade

Anuncie aqui