O vereador pelo Partido dos Trabalhadores, Renato Freitas, foi preso novamente pela Guarda Municipal de Curitiba e conduzido até a Central de Flagrantes, localizado no bairro Portão. Ocorre que, durante o dia na Praça Rui Barbosa, o vereador estava convocando a população para a manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro – marcado para este sábado (24) em todo o Brasil.

Um rapaz que passava pelo local ficou incomodado com um megafone utilizado por Renato, aproximou-se do vereador e começou a discutir com o petista. Logo após o rapaz tentou pegar o megafone da mão de Renato e foi atingido na cabeça. Em coletiva com os jornalistas, Renato Freitas esclarece que agiu em legítima defesa.

A Guarda Municipal foi imediatamente chamada e conduziu coercivamente o vereador até a Central de Flagrantes. A equipe do vereador salienta que ele não resistiu à prisão e será feito um Boletim de Ocorrência contra o rapaz, já que Renato alega ter sido agredido.

Confira a nota enviada pela equipe do vereador:

Na noite desta sexta-feira (23), o vereador Renato Freitas (PT) foi vítima de mais uma prisão arbitrária, violenta e racista da Guarda Civil Municipal no centro de Curitiba (PR). A ação ocorreu nas imediações da Praça Rui Barbosa, no centro da cidade, durante um protesto contra o presidente Jair Bolsonaro.

No decorrer da manifestação, que acontecia de maneira pacífica, um homem se aproximou de Renato, se apresentando como policial. Ele tentou impedir o andamento do protesto tentando inclusive agredir Renato com chutes e pontapés. Todas as pessoas que estavam no local podem comprovar que, quem inicia as agressões é o homem que se identificou como policial. Em nenhum momento Renato tentou agredi-lo. Após o entrever, o homem em questão acionou a Guarda Municipal, que foi até o local e abordou Renato.

Desrespeitando qualquer prerrogativa legal, os guardas, primeiro, tentaram impedir que Renato continuasse com seu protesto, se baseando apenas na palavra do homem que iniciou as agressões.

Em seguida, de maneira arbitrária e truculenta e desrespeitando todos os procedimentos legais, Renato foi jogado no chão pelos guardas. Ele foi asfixiado, agredido e algemado e colocado no porta-malas da viatura, em um procedimento que escancara todo o racismo e a truculência das forças policiais de Curitiba.

É ainda importante registrar que o homem que iniciou as agressões, na verdade, não é policial, fato que foi descoberto assim que Renato chegou à Central de Flagrantes, no bairro Portão.

Esta não é a primeira vez que Renato Freitas sofre violência e perseguição política em Curitiba. No último mês de junho ele foi detido sem qualquer fundamento pela Polícia Militar enquanto jogava basquete em uma praça de Curitiba.

Em 2016, foi preso pela Guarda Municipal (GM) enquanto panfletava para sua campanha a vereador.

Em 2018, houve nova agressão da GM quando ele fazia campanha na condição de candidato a deputado estadual, onde foi alvejado pelos agentes.

No final do mesmo ano, ele foi detido pela PM na Praça do Gaúcho, quando realizava uma reunião com outros quatro jovens. Quando se trata de jovens negros e periféricos, a abordagem da Polícia Militar e da Guarda Municipal é sempre a mesma, inflamada pela truculência e pela violência.

Agora, o Vereador Renato Freitas é, mais uma vez, parte da estatística alcançada por uma abordagem policial inapropriada e abusiva.

E pior: é preciso perguntar se a reação da guarda seria a mesma se não se tratasse de um protesto contra o atual governo? Infelizmente, vivemos tempos em que até os direitos mais básicos, como o de se manifestar livremente nas ruas contra o presidente da República, é mais um motivo para as forças policiais desfilarem seu ódio e truculência.

Até quando jovens negros serão impedidos de usufruir de seus direitos? Basta!

Reportagem: Pedro Lima.

guazelli

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