O presidente Jair Bolsonaro não aceitou os resultados da votação na Câmara dos Deputados para o uso do voto impresso, um dia depois de dizer que os aceitaria, relatou na quarta-feira (17) o jornal G1.
A câmara baixa do Brasil teve, além de 65 abstenções ou ausências, 229 votos a favor e 218 contra, mas eram necessários ao menos 308 votos positivos entre os 513 deputados para aprovar a proposta de emenda à Constituição (PEC).
Em resposta, o atual presidente do país questionou a legitimidade da votação.
“Números redondos, 450 deputados votaram ontem, foi dividido. 229, 218, dividido. Então é sinal que metade não acredita 100% na lisura dos trabalhos do TSE. Não acredita que o resultado no final ali seja confiável. Dessa outra metade que votou contra, você tira PT, PCdoB, PSOL que para eles é melhor o voto eletrônico como está aí”, disse Bolsonaro.
“Desses outros que, tirando esses partidos de esquerda que votaram contra, muita gente votou preocupada. Foram realmente problemas. Com problemas essas pessoas aí resolveram votar com o ministro presidente do TSE. Os que se abstiveram, numa votação on-line, abstenção é muito difícil acontecer. Não é que votou abstenção, é não votou. Então é sinal que também ficaram preocupados com retaliações”, afirmou.
No entanto, mesmo com votos positivos de todas as abstenções e ausências, o voto impresso somaria 294 vozes a favor, em vez do mínimo de 308 necessárias.
Além disso, Bolsonaro quebrou uma promessa dada a Arthur Lira. Na terça-feira (10) o presidente da Câmara dos Deputados referiu confiar que Jair Bolsonaro não rejeitaria o resultado da PEC.
“Tanto um resultado quanto outro terão consequências. Se passar, terá segundo turno, teremos manutenção de texto no Senado. Se não passar, há um compromisso do presidente da República, isso ficou claro, que cumprirá e aceitará o resultado do plenário da Câmara dos Deputados. É isso que eu espero”, disse então, citado pela mídia.
Reportagem de © Sputnik.
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