O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu-se nesta sexta-feira (8) após a revelação de que ele mantém recursos em um paraíso fiscal. Guedes afirmou que a empresa que possui nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal, está dentro da legalidade.
O ministro não foi perguntado sobre o assunto, mas abordou o assunto mesmo assim, dizendo que se afastou da gestão da empresa antes de assumir cargo no governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“Sobre ‘offshore’, elas são legais. Ela foi declarada, não houve movimento cruzando as fronteiras, trazendo dinheiro do exterior ou mandando dinheiro ao exterior. Desde que eu coloquei dinheiro lá, em 2014, 2015, eu declarei legalmente”, garantiu Guedes, citado pelo portal G1.
Antes, o ministro havia se manifestado por meio de notas à imprensa e pelos advogados. A defesa apresentou uma série de documentos ao Ministério Público que demonstrariam que o ministro não ocupa mais o cargo de administrador na empresa aberta por ele nas Ilhas Virgens Britânicas.
O ministro reforçou nesta sexta-feira (8) haver conflito de interesse por causa dos recursos no exterior. “O resto é barulho, barulho, barulho, e acho que isso vai piorar com a proximidade das eleições”, afirmou.
Ministro convocado
A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (6) um requerimento de convocação do ministro da Economia para que ele dê explicações ao plenário da Casa sobre a empresa no paraíso fiscal.
No domingo (3), reportagens que integram a série Pandora Papers, do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês), mostraram que Guedes manteve ativa a offshore Dreadnoughts International Group Limited mesmo após se tornar ministro da Economia, em 2019. A empresa do ministro foi aberta em 2014 e é estimada em US$ 9,5 milhões (aproximadamente R$ 52 milhões).
Além de Guedes, o ICIJ encontrou uma offshore do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Reportagem de © Sputnik.
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