O Ministério Público do Trabalho (MPT) recomendou à nova presidenta da Caixa Econômica Federal, Daniella Marques, que o banco público pare de pagar o salário do ex-presidente Pedro Guimarães, que renunciou ao posto após ser alvo de uma série de denúncias de assédio sexual contra funcionárias.
Guimarães seguiria recebendo um salário de R$ 56 mil durante a quarentena de seis meses prevista para os diretores que deixam a empresa pública.
Em recomendação revelada pelo colunista Ancelmo Gois, de O Globo, o procurador Paulo Neto, do MPT, apontou que o dirigente sai do posto após denúncias de assédio sexual, que constitui uma forma de “violência psicológica, passível de produzir graves danos à saúde mental e física das trabalhadoras e dos trabalhadores”.
Por isso, ele alega que Guimarães não deveria receber o salário no período.
O Ministério Público Federal (MPF) investiga uma série de denúncias de crimes que teriam sido cometidos por Guimarães contra funcionárias. Uma ex-funcionária da Caixa Econômica Federal chegou a romper o anonimato em vídeo gravado para relatar parte desses abusos.
“Era comum a mulherada, eu e minhas colegas, se esconder no banheiro quando ouvia a voz dele chegando no corredor, fazendo aquele estardalhaço”, revelou. Segundo ela, as funcionárias se escondiam para não serem abordadas por Guimarães para tirarem fotos e acabarem sendo apalpadas.
“Em um dia ele veio no meio do gabinete dizendo que queria tirar foto. Nesse lance de foto, agarrava a gente e não soltava; passava a mão na lateral do seio, passava a mão na cintura, pegava forte na cintura”, disse.
Reportagem de Lucas Rocha, da Revista Fórum.
Comentar