A Fundação Getúlio Vargas (FGV) afirmou na tarde de ontem (17) que temas já sepultados pela justiça estadual foram requentados pela operação da Polícia Federal deflagrada nesta manhã, o que macula gravemente sua imagem.

“Causa, pois, estranheza e profunda indignação a reiteração, na esfera federal, de temas já sepultados perante a justiça estadual que, agora requentados, maculam gravemente a imagem de uma entidade que, há mais de 70 anos, tanto contribui para o desenvolvimento do Brasil, que, atualmente, é a 3ª mais respeitada instituição do mundo, em sua área de atuação”, critica a instituição.

A PF realizou hoje a Operação Sofisma, que cumpre 29 mandados de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro, tanto na capital fluminense quanto na cidade de São Paulo. A ação mirou um suposto esquema de corrupção, fraudes a licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro que envolveria a FGV.

Segundo a Polícia Federal, a instituição de pesquisa era usada “para fabricar pareceres que mascaravam o desvio de finalidade de diversos contratos, que resultaram em pagamento de propinas”.

“Apurou-se que, mais do que emitir pareceres inverídicos que camuflavam a corrupção dos agentes públicos, a entidade superfaturava contratos feitos por dispensa de licitação e era utilizada para fraudar processos licitatórios, encobrindo a contratação direta ilícita de empresas indicadas por agentes públicos, de empresas de fachada criadas por seus executivos e fornecendo, mediante pagamento de propina, vantagem a empresas que concorriam em licitações coordenadas por ela”, disse a Polícia Federal.

A FGV afirma que os mandados de busca e apreensão pedidos pelo Ministério Público Federal têm como base depoimentos do ex-governador Sérgio Cabral em delação anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“Desde 2019 a FGV, assim como seus dirigentes, vêm sendo alvo de perseguição e vítimas de imputações quanto a supostos fatos de até 15 anos atrás, que redundaram no ajuizamento de uma Ação Civil Pública que teve sua inicial indeferida e, rigorosamente, versou sobre todos os temas agora utilizados para deferimento da medida de busca e apreensão”, diz a FGV.

A Fundação acrescenta que firmou Termo de Ajustamento com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que foi homologado judicialmente e vem sendo cumprido sob elogios de órgãos de fiscalização.

“A FGV reitera sua confiança nos poderes constituídos, em particular no Poder Judiciário brasileiro, e adotará todas as medidas cabíveis para defesa de sua história, que a tornou motivo de orgulho para o setor produtivo brasileiro, de sua imagem e da honradez com a qual, desde 1944, atua ao lado das principais instituições do País”.

Agência Brasil.

guazelli

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