O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou à Polícia Federal (PF) o cumprimento de 81 mandados de busca e apreensão contra envolvidos nos atos golpistas a favor de Jair Bolsonaro (PL). Moraes também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

No total, a PF realiza a operação nos estados de Acre, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina e Espírito Santo. Somente neste último estado, quatro envolvidos já tiveram prisão preventiva decretada. Lá, a PF cumpre 23 mandados nos municípios de Vitória, Vila Vilha, Serra, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim.

Desde o fim do segundo turno das eleições, bolsonaristas bloquearam estradas pelo país contra o resultado que derrotou Jair Bolsonaro, principalmente nesses estados. 

O ministro também determinou a suspensão das redes sociais e o bloqueio das contas bancárias de alguns dos envolvidos.  

Em 7 de dezembro, Moraes já havia determinado uma multa de R$ 100 mil aos proprietários dos caminhões identificados pelas autoridades de Mato Grosso nas manifestações. Também proibiu a circulação dos veículos e o bloqueio dos documentos. No mês anterior, Moraes também bloqueou a conta bancária de 43 pessoas e empresas suspeitas de envolvimento nos atos.

“Integralmente responsabilizados”

Em seu discurso na última segunda-feira (12), durante a diplomação do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e de seu vice, Geraldo Alckmin, Moraes, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia prometido que grupos que atentam contra a democracia serão “integralmente responsabilizados”. 

O discurso durante a cerimônia foi duro ao citar atos golpistas. “Essa diplomação atesta a vitória plena e incontestável da democracia e do Estado de Direito contra os ataques antidemocráticos, contra a desinformação e o discurso de ódio proferidos por diversos grupos organizados que, ja identificados, garanto, serão integralmente responsabilizados para que isso nao retorne nas próximas eleições”, disse.

A diplomação, que geralmente é apenas protocolar, desta vez ganhou alto simbolismo e relevância, diante das manifestações antidemocráticas de bolsonaristas nas redes sociais e nas portas de quartéis pelo país.

Reportagem de Brasil de Fato SP.

guazelli

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