O presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, afirmou que o Brasil não vai interferir na política interna da Venezuela. Nesta quarta-feira, o líder da oposição Juan Guaidó se declarou presidente interino do país. O Brasil, os Estados Unidos e outros países reconheceram a legitimidade do ato.

“O Brasil não participa de intervenção. Não é da nossa política externa intervir nos assuntos internos de outros países”, disse Mourão sobre a situação no país vizinho.

A Justiça do país anulou todos os atos da Assembleia Nacional, que era presidida por Guaidó. Questionado sobre qual será a posição do Brasil em caso de uma prisão de Guaidó, Mourão afirmou que só poderá protestar.

O Brasil só pode protestar, né? Não vai fazer mais nada além disso”, disse, ao deixar o Palácio do Planalto, no início da noite de ontem (23).

O presidente em exercício acrescentou que será preciso aguardar as consequências da decisão do Brasil e de outros países em rejeitar o governo de Nicolás Maduro. “O presidente [Jair Bolsonaro] tomou uma decisão em conjunto com os outros presidentes dos países americanos de não reconhecer o governo do Maduro pela questão da ilegitimidade da eleição. Vamos aguardar as consequências desse ato”.

Comissão de Ética

Em relação à decisão unânime da Comissão de Ética Pública da Presidência da República (CEP) em não instaurar procedimento ético sobre a promoção de seu filho no Banco do Brasil, Mourão respondeu: “A Comissão de Ética seguiu a legislação prevista. Então, não compete a mim ficar satisfeito ou não”

Antônio Hamilton Mourão Filho, filho do presidente em exercício, foi promovido recentemente a assessor da direção do Banco do Brasil. Ele é funcionário de carreira do Banco do Brasil há 18 anos. A comissão analisou matérias jornalísticas sobre o tema e entendeu que não houve infração ética e, por isso, não instarou procedimento.

Segundo a comissão, a legislação não veda a nomeação de parentes do presidente e do vice-presidente da República para a ocupação de cargo em comissão ou função de confiança, desde que sejam servidores efetivos ou empregados federais permanentes. “Sendo assim, o Sr. Antônio Hamilton Rossell Mourão preenche os requisitos da referida norma, eis que é empregado permanente do Banco do Brasil há cerca de 18 anos”, completou a nota da comissão.

Agência Brasil.

Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil.

guazelli

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