Os servidores estaduais do Paraná devem entrar em greve por tempo indeterminado a partir do dia 25 de junho. A decisão ainda precisa ser aprovada em assembleias por categorias. A APP Sindicato realiza a consulta amanhã (15) em encontro que ocorre na ExpoUnimed, em Curitiba. A greve foi anunciada após o governo do estado apontar para o congelamento da data-base pelo quarto ano consecutivo. A sinalização foi feita durante reunião ocorrida durante a greve geral contra a reforma da previdência e pelo reajuste das categorias.
No encontro, sem a presença do governador Ratinho Júnior (PSD), os servidores estaduais anunciaram que devem deflagrar greve por tempo indeterminado a partir do dia 25 de junho. O governador novamente disse que não vai dar o reajuste, contra estudos técnicos apresentados pela Federação das Entidades Sindicais (FES), que reúne mais de 30 sindicatos. “Na próxima terça tem uma reunião da bancada dos deputados com o governador. É de bom tom que o governador faça uma proposta antes do início da greve”, alerta Marlei Fernandes, do FES.
O estudo apresentado na oitava reunião entre sindicatos e governos apontou os 17,04% de perdas nos últimos anos com o congelamento da data-base. Ao expor os números, os dirigentes afirmaram que Ratinho tem totais condições de conceder pelo menos a reposição da inflação.
“O Governo alega que falta dinheiro para pagar Servidores, mas sobra para repassar ao agronegócio e demais setores. Muitos setores têm competitividade e não necessitam da renúncia. Esses beneficiários não demonstram efeitos e contrapartidas enquanto o governo pratica renúncia Fiscal de R$ 11 bilhões desde 2011”, revela o relatório.
Presente à reunião com o governo, o deputado professor Lemos (PT) explicou que a Bancada do Serviço Público vai atuar para garantir o reajuste. O grupo já se reuniu com o governador e com o líder do governo. Foi confirmada uma audiência para o próximo dia 18 de junho.
“O governador deve pagar os servidores. São mais de 17% de perdas. A CF garante reajuste a civis militares, mas está indo para o quarto ano sem reajuste. A cada ano que passa, o calote aumenta. No ano passado, Ratinho assinou emenda para reajuste de 2,5% e agora não pode querer não pagar. Ele era candidato a governador e disse que não podia sacrificar mais os servidores. Ele tem compromisso público com o funcionalismo”, reivindicou Lemos.
Outros poderes já estão dando ou mandando para a Assembleia seus reajustes de quase 5%. É o caso da Defensoria Pública, do Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas e Assembleia Legislativa. Lemos questionou porque o Executivo vai se omitir e só excluir esses trabalhadores.
Greve geral
Segundo levantamento da APP-Sindicato, mais de 80% das mais de 2200 escolas estaduais e parte das redes municipais participam parcial ou totalmente da greve geral. Cerca de 60% dos educadores cruzaram os braços hoje.
Em Maringá, mais de 5 mil pessoas foram às ruas e em Cascavel mais de 10 mil pessoas participaram do ato da greve geral. Londrina, no norte do estado, reuniu milhares de pessoas no centro da cidade. Em Curitiba, um ato acontece na frente do Palácio Iguaçu com a participação de diversas categorias de servidores. Uma comissão foi recebida pelo vice-governador mas sem avanços e nenhuma proposta de pagamento apresentada.
O presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão, cobrou compromisso do governador com a pauta da educação. “Nós estamos em estado de greve e vamos estar no espaço Unimed para apreciar o início da greve geral de todas as categorias do funcionalismo. O governo não apresentou nenhuma proposta e ainda vem precarizando a educação nas escolas”.
Reportagem de Manoel Ramires – Porem.net
Imagem: Leandro Taques.
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