Reportagem do jornal O Globo desta segunda-feira (5) revela que entre os 286 funcionários em cargos comissionados empregados por Jair Bolsonaro (PSL) e pelos filhos – o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) – desde 1991 há pelos menos 37 com fortes indícios de que não trabalhavam.
O valor representa 13% do total de empregados na estrutura política do clã. Dentre estes funcionários fantasmas, 20 deles estão sendo investigados pelo Ministério Público Federal (MPF) em inquérito sobre peculato e lavagem de dinheiro, além de improbidade administrativa, no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) quando era deputado estadual.
A investigação foi instaurada depois que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revelou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão nas contas de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio.
A mulher de Queiroz, Márcia Oliveira de Aguiar, que atuava como cabeleireira, e a filha do casal, Nathália Queiroz, que trabalha como personal trainer, estão entre as funcionárias fantasmas dos Bolsonaro.
Cabides de emprego
Entre os investigados pelo MP e que possuem indícios de que não trabalharam nos cargos estão dez pessoas ligadas à família de Ana Cristina Siqueira Valle , ex-mulher de Jair Bolsonaro. Todos eles tiveram cargos no gabinete de Flávio e moravam em Resende no período em que constaram como assessores. Levantamento feito pelo jornal, divulgados neste domingo (4), mostra que nos 28 anos em que o clã Bolsonaro está no poder, ao menos 102 parentes foram empregados em seus mandatos.
Das 286 pessoas nomeadas pelo atual presidente Jair Bolsonaro e por seus filhos, Flávio (senador), Carlos (vereador) e Eduardo (deputado federal/aspirante a embaixador), mais de um terço tem algum grau de parentesco entre si.
A “Grande Família” Bolsonaro é suspeita de praticar a “rachadinha”, uma divisão de salários de funcionários com superiores, muitos desses parente sendo “laranjas”.
Bolsonaro não acha inadequada a nomeação de parentes e assumiu prática ao comentar a reportagem neste domingo. “Já botei parentes no passado, sim, antes da decisão de que nepotismo seria crime. Qual é o problema?”.
Reportagem: Revista Fórum.
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