Após a postagem do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, para que a Bienal do Livro do Rio recolhesse uma publicação “com conteúdo impróprio” dos stands, a prefeitura da cidade mandou uma notificação extrajudicial para a Bienal para que os livros fossem lacrados e viessem com uma classificação indicativa ou aviso de que há material ou cenas proibidas para menores de idade. No entanto, a organização afirmou, em nota, que não irá recolher nem embalar nenhum livro, “pois o conteúdo não é impróprio e nem pornográfico”.
“A Bienal dá voz a todos os públicos, sem distinção, como uma democracia deve ser. Este é um festival plural, onde todos são bem-vindos e estão representados. Inclusive, no próximo fim de semana, a Bienal do Livro terá dois painéis para debater a literatura Trans e LGBTQA+”, disse a organização do evento, por meio de nota.
Sobre o conteúdo, a Bienal alegou que, se qualquer pessoa que se sentir ofendida, ou não gostar do material, “tem todo o direito de trocar o livro”. A obra que o prefeito criticou trata-se do HQ “Vingadores – A cruzada das crianças”, que traz cenas em que heróis mantém relacionamento homoafetivo. A publicação não é voltada para o público infantil.
No entanto, em vídeo, o prefeito do Rio insistiu que o conteúdo era impróprio para crianças e, por isso, deveria ser censurado. “Pessoal, precisamos proteger as nossas crianças. Por isso, determinamos que os organizadores da Bienal recolhessem os livros com conteúdos impróprios para menores. Não é correto que elas tenham acesso precoce a assuntos que não estão de acordo com suas idades”, disse em publicação.
Como afirmado em nota, a própria programação da Bienal do Livro contará com destaque, no último final de semana do evento, para temas LGBT e de diversidade. Em uma série de mesas, como “Literatura Trans”, “Feminismo X Machismo” e “Literatura Arco-Íris”, os temas serão discutidos por personalidades como o youtuber Spartakus Santiago e a poeta e slammer Mel Duarte.
Reportagem: Revista Fórum.
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