A operação do Ministério Público do Rio de Janeiro deflagrada nesta quarta-feira (18), que escancarou um suposto esquema de corrupção que envolveria Flávio Bolsonaro e seus ex-assessores quando era deputado estadual, pode pavimentar ainda mais a ideia que já circula no Planalto de se recriar o Ministério da Segurança Pública para, assim, retirar a Polícia Federal das mãos de Sérgio Moro e deixá-la sob o comando do suposto futuro ministro da pasta, o ex-deputado Alberto Fraga.

Fraga, que é muito mais próximo ao presidente Jair Bolsonaro do que Sérgio Moro, sendo considerado um “assessor extra-oficial do presidente”, foi aquele caluniou a ex-vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018, dizendo que ela “engravidou aos 16 anos”, era ex-esposa do traficante Marcinho VP, usuária de drogas e defensora do Comando Vermelho. O ex-deputado ainda disse que ela teria sido eleita com o apoio da facção e exonerado seis funcionários.

A investigação sobre a “rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro, isto é, o esquema de corrupção de repasse de salários de assessores e lavagem de dinheiro, pode fazer a Polícia Federal entrar no jogo e, neste caso, entregar o órgão para o comando de um político próximo à família Bolsonaro, como Alberto Fraga, viria a calhar. Ainda mais diante do fato de que um dos envolvidos no suposto esquema de corrupção de Flávio, o ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega, era chefe do chamado Escritório do Crime, grupo miliciano que pode estar por trás do assassinato de Marielle, a caluniada por Fraga.

Vale lembrar que, apesar de Bolsonaro tentar se associar a Moro para melhorar sua imagem, já que o ex-juiz ainda detém certo prestígio na opinião pública, o atual ministro da Justiça estaria cogitando ser candidato à presidência em 2022, o que incomodaria o presidente.

Revista Fórum.

guazelli

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