De volta ao alvo após a queda de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) voltou a criticar o “ringue” instalado por Jair Bolsonaro entre os poderes e disse que, embora não esteja descartado, a abertura de um processo de impeachment neste momento atende interesse do próprio presidente.

“Se focarmos o impeachment, estaremos atendendo ao interesse do próprio presidente, que quer levar a discussão para o ringue da política, e não para o caminho das decisões que vão salvar a vida, o emprego e a renda dos brasileiros mais vulneráveis. O que ele quer é o campo político de conflito”, disse Maia, em entrevista às Páginas Amarelas da revista Veja, divulgada nesta sexta-feira (17).

Maia afirmou que, do ponto de vista formal, até o momento não há ato do presidente que divirja do ministério e da Organização Mundial da Saúde e que motivaria um crime de responsabilidade, mas não descarta a abertura do processo de impedimento caso haja mudanças nessa postura.

“É um dado da realidade que as idas dele às ruas têm estimulado as pessoas a participar de aglomerações. Só o tempo dirá as consequências disso”, afirmou.

Fake News de Guedes
Com relações rompidas, Maia ainda acusou o ministro da Economia, Paulo Guedes, por propagar fake news em relação à medida de ajuda aos Estados e Municípios aprovada pela Câmara para defender a posição de Bolsonaro.

“Tínhamos uma proposta de como ajudar estados e municípios, fomos convencidos de que parte dela estava equivocada, mudamos o texto e aprovamos uma versão muito equilibrada. Chegou a ponto de ele [Guedes] dizer que o impacto do projeto pode ser de 285 bilhões de reais. Sabe o que significa? Queda de 100% na arrecadação do ICMS e do ISS. Se ele acha que pode ser isso, o que não será nunca, está dizendo que a crise é muito mais grave do que estamos imaginando. Ou seja: ele não é sério. Se fosse sério, não tentaria misturar a cabeça das pessoas”, disse Maia.

Para o deputado, Guedes minimizou demais a crise e segue a cartilha do governo de atacar todos aqueles que não fazem o que o governo quer, usando o chamado gabinete do ódio, comandado por Carlos Bolsonaro.

“Quando você não faz o que o governo quer, é agredido. Há de fato um ambiente em torno do presidente que viraliza informações distorcidas e, muitas vezes, ataques morais. Enquanto o Mandetta era querido, ele não tinha adversários, inimigos ou rejeição nas redes sociais. A partir do momento em que passou a enfrentar o governo, apareceu uma artilharia de informações distorcidas a respeito dele, ataques organizados”.

Revista Fórum.

Imagem: Carolina Antunes – Presidência da República.

guazelli

Todos Posts

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Arquivos

Publicidade

Anuncie aqui