A presença de militares da ativa de Exército, Marinha e Aeronáutica em órgãos do governo federal cresceu 33% na gestão do presidente Jair Bolsonaro. Com 2.558 integrantes das Forças Armadas na administração, o número mais que dobrou nas duas últimas décadas.

Nas gestões Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT) a atuação de fardados ficou quase completamente restrita a Ministério da Defesa (sempre chefiado por um civil nesse período), a Vice-Presidência e a Presidência da República, particularmente Gabinete de Segurança Institucional, que faz a segurança do presidente. Os três foram perseguidos pela ditadura militar.

Após 2016, a gestão Michel Temer (PMDB) adota militares em mais áreas, o que foi expandido no governo Bolsonaro. Os dados funcionalismo entre 1999 e 2020 foram coletados pelo jornal Folha de S.Paulo nos ministérios da Economia e Defesa.

Em janeiro de 1999, eram 1.137 os militares cedidos a postos de relevância no Executivo. No governo FHC, houve uma presença mínima na Advocacia-Geral da União e, no segundo mandato, expansão de 5,2% em GSI, Vice e Defesa. Lula aumentou essas vagas em 18,8%, chegando ao final de seus dois mandatos, em 2010, com 1.421 nos três locais.

Dilma ampliou a presença militar de 2011 a 2016 em 29%. Ela criou um órgão para coordenar os preparativos para a Olimpíada-2016 e indicou ogeneral Fernando Azevedo e Silva, atual ministro da Defesa de Bolsonaro.

Na gestão Temer, militares da ativa passaram a figurar em outras pastas, como AGU e Fazenda (hoje, Economia), mas em pequenos números. A expansão foi de apenas 4,8%, em pouco mais de dois anos de gestão. No entanto, ele rompeu a tradição de colocar um civil no comando da Defesa com a nomeação general Joaquim Silva e Luna.

A medida de Temer anulou parte do simbolismo da submissão constitucional das forças militares ao comando civil democraticamente eleito. Ele entregou o governo a Bolsonaro com 1.925 militares da ativa em cargos de confiança no governo.

Já Bolsonaro patrocinou uma acelerada distribuição de postos de seu governo aos fardados, da ativa e da reserva. Atualmente, 10 de seus 23 ministros tiveram origem militar (sendo 9 deles nas Forças Armadas).

Em apenas um ano e meio de gestão, Bolsonaro expandiu o número de integrantes das três Forças em cargos comissionados em 33%. São hoje 2.558, em ministérios como Saúde, Economia, Família e Minas e Energia. No total, 20 das 21 pastas têm militares – apenas Turismo ainda não nomeou fardados.

Revista Fórum.

guazelli

Todos Posts

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Arquivos

Publicidade

Anuncie aqui