O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) vai abrir ação para investigar a milícia contratada pelo prefeito da capital fluminense, Marcelo Crivella (Republicanos), para impedir a realização de reportagens e coagir entrevistados com gritos de “é Bolsonaro”, “Bolsomito” na porta de hospitais.

Em nota, o MPRJ explica que “a notícia de fato será encaminhada para uma das promotorias de Justiça da Cidadania com atribuição para análise e possível adoção de medidas cabíveis”.

A bancada do PSOL na Câmara anunciou também que vai formalizar o pedido de impeachment de Crivella. O requerimento será assinado também pela direção do partido e pela deputada estadual Renata Souza, pré-candidata à prefeitura. A vereadora Teresa Bergher (Cidadania) vai apresentar um pedido para Câmara de Vereadores instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação dos funcionários da prefeitura.

Na disputa para obter a pecha de candidato de Bolsonaro na disputa para a tentativa de reeleição na prefeitura do Rio de Janeiro, Crivella montou um esquema de plantão com funcionários públicos na porta de hospitais para impedir a realização de reportagens e coagir entrevistados com gritos de “é Bolsonaro”, “Bolsomito”.

O esquema foi revelado em reportagem pela afiliada da Globo no Rio de Janeiro, um dos principais alvos dos funcionários públicos, que batem ponto em um grupo de whatsApp chamado de Guardiões do Crivella.

José Robério Vicente Adeliano, Ricardo Barbosa de Miranda, Marcelo Dias Ferreira e Luiz Carlos Joaquim da Silva, o dentinho, foram contratados em cargos comissionados pela prefeitura entre 2018 e 2019 e recebem salários que variam entre R$ 2,7 mil e R$ 4,1 mil. O trabalho deles é fazer plantão em hospitais, como o Rocha Faria, para impedir entradas ao vivo em reportagens que possam ser negativas ao governo.

“É Bolsonaro! Bolsomito! Sou patriota”, gritam os “guardiões de Crivella” na tentativa de interromper as reportagens.

“O prefeito, ele acompanha no grupo os relatórios e tem vezes que ele escreve lá: “Parabéns! Isso aí!”, disse à TV Globo um dos participantes do grupo de WhatsApp.

Reportagem de Plinio Teodoro, da Revista Fórum.

guazelli

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