Reportagem de Sérgio Ramalho no site The Intercept Brasil neste sábado (24) revela que escutas telefônicas da investigação sobre Adriano da Nóbrega, que comandava o chamado “Escritório do Crime” – braço de extermínio ligado à milícia de Rio das Pedras – mostram que milicianos teria feito contato com uma pessoa identificada como “Jair”, “cara da casa de vidro” e “presidente” após a morte do ex-capitão do Bope em uma ação da polícia da Bahia no dia 9 de fevereiro de 2020. Casa de vidro seria referência ao Palácio do Planalto.
A interceptação das conversas, transcritas em um relatório da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Polícia Civil do Rio, teriam sido interrompidas após o Ministério Público do Rio concluir que seria Jair Bolsonaro o “cara da casa de vidro”, segundo fontes ouvidas pelo Intercept na condição de anonimato. O MP estadual não tem competência para investigar o presidente e deve informar casos desse tipo à Procuradoria-Geral da República, que não informou ao site se recebeu ou não o inquérito.
As conversas revelam que logo após a morte de Adriano da Nóbrega – que teve parentes empregados no gabinete de Flávio Bolsonaro (Republicanos) e foi homenageado por Jair Bolsonaro – Ronaldo Cesar, o Grande, identificado pela investigação como um dos elos entre os negócios legais e ilegais do miliciano, disse a uma mulher que ligaria para o “cara da casa de vidro”.
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