Uma ação do Ministério Público do Trabalho (MPT) pede o afastamento imediato de Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares por assédio moral, perseguição ideológica e discriminação.
A ação ainda pede uma indenização de R$ 200 mil por danos morais.
A denúncia partiu de 16 servidores e ex-funcionários e revela uma rotina de humilhação e terror psicológico. A ação foi protocolada na sexta-feira (27). O programa Fantástico, da Rede Globo, teve acesso aos 16 depoimentos e fez uma longa reportagem sobre o assunto.
De acordo com os depoimentos, Camargo relacionava pessoas de “cabelos altos” –referência ao cabelo black power– a malandros e bandidos.
Funcionários ainda relataram que o presidente do órgão persegue quem considera ser “esquerdista”. Camargo afirmava que era preciso “caçar os esquerdistas” e chamava um ex-diretor da fundação de “direita-bundão” por se negar a demitir um trabalhador esquerdista.
Paulo Neto, procurador do MPT do Distrito Federal, explicou ao Fantástico que a investigação teve início em março deste ano, depois de diversas denúncias feitas ao órgão de perseguição ideológica.
“O assédio moral praticado pelo Sr. Sérgio Camargo contaminou todo o ambiente de trabalho, pois instaurou um clima de terror psicológico no âmbito da Fundação Palmares”, revelou Paulo Neto, procurador do MPT do Distrito Federal, ao Fantástico.
O procurador disse ainda que “há relatos de trabalhadores que desenvolveram síndrome de pânico, que tinham ansiedade, que pediram para sair da Fundação, servidores concursados, em função do clima degradado e em função da discriminação praticada”.
O Fantástico questionou Camargo sobre o caso, mas não obteve reposta. Ele, no entanto, escreveu em sua conta do Twitter que as perguntas feitas pela reportagem são difamatórias e caluniosas.
“O Fantástico está preparando matéria criminosa para me atacar. Todas as perguntas que encaminhou à chefe de Comunicação da Palmares são caluniosas e difamatórias”, escreveu no sábado (28).
Reportagem de Julinho Bittencourt, da Revista Fórum.
Comentar