Em entrevista para o jornal O Globo, o vice-presidente, Hamilton Mourão, criticou os trabalhos da CPI da Covid, afirmou ser um exagero chamar o presidente, Jair Bolsonaro, de genocida e que muito do que o presidente declara, não quer dizer que ele vai agir de acordo.

“Foram seis meses de desgaste, mas acho que a CPI não trabalhou corretamente. Os interrogatórios foram mal conduzidos e atribuem ao presidente crimes que eu não concordo. É uma forçação de barra chamar Bolsonaro de genocida e difusor da pandemia. O presidente fala muita coisa, mas não age como fala”, afirmou Mourão.

Como exemplo do “fala muita coisa, mas não age como fala”, o vice-presidente citou as vacinas.

“Por exemplo, sobre vacina. Ele vai contra o que fala, porque compra e distribui vacina. Como diz o imperador romano Marco Aurélio, no livro Meditações, as ações não correspondem às palavras.”

Mourão também disse que a relação com o presidente melhorou depois que ele explicou a Bolsonaro o porquê de ter ido à casa do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luiz Roberto Barroso.

“Quando ele soube que eu fui falar com ele [Barroso] criou-se um clima de animosidade entre nós. Expliquei para que o ministro me convidou e que fui lá para falar de três temas: a necessidade de reforçar a transparência das urnas eletrônicas, o papel das Forças Armadas no Estado e sobre a manifestação de magistrados em relação a casos que o STF está atuando. O presidente compreendeu que encontrei o Barroso para estabelecer uma conversa mais eficiente com o judiciário. Depois disso, as coisas ficaram mais calmas.”

Sobre as eleições 2022, o vice-presidente declarou que era importante não ficar na polarização Lula-Bolsonaro e que uma terceira via é necessária, trazendo o nome do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, como um candidato forte para o quadro.

“É importante que a gente não fique somente entre a nossa candidatura, que é o presidente Bolsonaro, e a do ex-presidente Lula. Vejo Moro como um nome forte. Ele agrada a parcela da população que vê o combate à corrupção como uma bandeira importante. Agora, tem que empolgar a massa. Hoje, quem empolga as massas são Lula e Bolsonaro”, declarou.

Questionado se concorreria ao cargo de governador do Rio de Janeiro, Mourão disse que não, uma vez que para isso “precisaria ter dez anos a menos e uma equipe superconcistente” e que se for concorrer a algum cargo, será no Senado.

Reportagem de © Sputnik.

guazelli

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