Em entrevista ao jornal O Globo neste domingo (1º), Marina Silva afirmou que não compareceu ao ato de apoio da Rede Sustentabilidade a Lula (PT) na quinta-feira (28) por “uma questão de raiva ou mágoa”, mas por “divergências políticas”. Mesmo assim, a ex-ministra sinalizou que está “aberta ao diálogo” com o ex-presidente, que lidera as pesquisas de intenção de voto para voltar ao Planalto.
“Eu defendo a Justiça social, os direitos humanos, o desenvolvimento sustentável. É com base nessas agendas que me disponho ao diálogo. Só os autocratas não se dispõem ao diálogo. Estou aberta ao diálogo não em cima de subjetividades, se é raiva ou mágoa. Eu e Lula temos, em várias questões da vida, algumas afinidades e algumas divergências. Essas divergências se aprofundaram e eu saí do governo, mas sempre mantive contato com os demais membros do governo”, disse.
Marina ainda afirmou que já havia dito que não iria ao evento, em que o petista lamentou a ausência. “Imagino que o presidente Lula não estivesse desavisado. Ele disse que ficou surpreso. Eu fiquei surpresa com a surpresa dele. Eu não estava lá não por uma questão de raiva ou mágoa. Nós temos divergências políticas, e as divergências precisam ser discutidas com base em uma agenda programática. Com foco nos problemas sociais e econômicos que estão indo para um verdadeiro precipício”.
Marina ainda afirmou que já está conversando para apoiar a candidatura de Fernando Haddad, que foi seu colega de ministério no governo Lula, na disputa ao Palácio dos Bandeirantes.
“As minhas questões não têm nada a ver com questões de natureza subjetivas. Estou sempre aberta ao diálogo, sempre me pautei nesse princípio da democracia. O próprio ministro Haddad já pediu para tratar comigo das questões de São Paulo. Estamos fazendo um debate sobre o apoio à candidatura de Haddad, e o diálogo se dá em termos programáticos”, afirmou.
Marina ainda afirmou que “não existe apoio incondicional” da Rede a Lula, mas sim “o apoio condicionado a uma agenda, a uma pauta”, em relação a declaração do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Reportagem de Plinio Teodoro, da Revista Fórum.
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