Representantes de 7 partidos políticos (PT, PCdoB, PSOL, PSB, PV, Rede e Cidadania) protocolaram junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) e Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (12), representações contra Jair Bolsonaro (PL) para que o presidente seja investigado por incitação ao crime e atos violentos.
As ações vêm na esteira do assassinato do petista Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu (PR) no último sábado (9). Arruda foi morto a tiros pelo agente penitenciário bolsonarista Jorge Guaranho durante sua festa de aniversário de 50 anos, que tinha como tema o ex-presidente Lula e o PT. O assassino, antes de cometer o atentado, gritava palavras de apoio a Jair Bolsonaro (PL) e contra petistas.
Segundo os partidos que assinam as representações, falas e atitudes de Bolsonaro incentivam atos violentos de seus apoiadores contra opositores, a exemplo do crime cometido contra Arruda.
“As reiteradas condutas do Representado em nada colaboram para a pacificação social, na medida em que alimentam, de forma indevida e criminosa, uma suposta divisão da sociedade entre o bem e o mal, permitindo que posições e discursos raivosos, de ódio e de violência como solução de litígios, embora minoritários, sejam alimentados no País, com resultados desastrosos, como se viu há poucos dias”, diz um trecho da ação.
“O Representado, sabendo da ressonância de suas declarações entre a horda de seguidores ensandecidos que ostenta, usa a sua posição de autoridade para espalhar, como dito, o ódio e a contenda, o que pode naturalmente levar a uma situação de violência não desejada pela 8 sociedade, em pleno processo democrático, durante o qual as rivalidades e as disputas devem ser de ideias, não de força”, prosseguem as legendas.
Como exemplos das conduta de Bolsonaro que incentivam o crime e atos violentos, os representantes de partidos políticos citam, entre outras atitudes, as ameaças que o presidente faz, recorrentemente, às instituições e ao processo eleitoral, declarações como “fuzilar a petralhada” e divulgação sistemática de fake news contra opositores.
“As recentes lives presidenciais e as manifestações em redes sociais do Representado sempre vieram recheadas de ameaças às instituições e a higidez do processo eleitoral, além de servirem de estímulos e incentivos, de forma direta e/ou subliminar, às práticas violentas, de ódio e intolerância, contra brasileiros que professam pensamentos e ideologias diferentes, o que resultou, como dito, no repugnante assassinato em Foz do Iguaçu e que está a alimentar, País afora, ameaças e intimidações contra milhares de brasileiros”, pontuam em outro trecho.
Reportagem de Ivan Longo, da Revista Fórum.
Comentar