Um dos vice-presidentes do PT, Washington Quaquá, solicitou que o partido e a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva considerem retirar o apoio a candidatura de Marcelo Freixo (PSB) ao governo do Rio de Janeiro. O pedido foi feito em carta enviada, na noite da última quarta-feira (20), à presidenta do partido, a deputada federal Gleisi Hofman.
De acordo com Quaquá, o PSB quebrou um acordo firmado com o PT no Rio de Janeiro. O trato previa o apoio mútuo entre Lula e Freixo, nas disputas aos governos federal e estadual. No entanto, a chapa dos dois partidos deveria ter um petista, como candidato ao Senado.
No entanto, a convenção do PSB no Rio de Janeiro, realizada na quarta-feira, confirmou o nome de Alessandro Molon como candidato ao Senado pelo PSB. O PT pretendia anunciar o nome de André Ceciliano para a disputa do cargo.
Na carta, Quaquá disse que Freixo atinge apenas a classe média fluminense e atacou a decisão do PSB. “É inadmissível a decisão do PSB do Rio de Janeiro tomada na convenção realizada nesta quarta feira, 20 de julho de 2022, de oficializar a chapa Freixo pra governador e Molon pro Senado, descumprindo todos os acordos feitos com o PT”, afirmou o dirigente petista.
“Diante do descumprimento do acordo por parte do PSB, solicito a revisão da posição do PT no Rio. Qual seja: Que o PT RJ homologue a candidatura de André Ceciliano ao Senado e busque discutir com todas as forças do Rio de Janeiro a ampliação do palanque do presidente Lula. Ou que pelo menos seja reaberta a discussão”, concluiu Quaquá.
Em suas redes sociais, Molon defendeu sua candidatura. “Oi, pessoal! Excelente notícia: a Convenção Estadual do PSB-RJ aprovou, por unanimidade e em caráter definitivo e irrevogável, a minha indicação para concorrer ao Senado no Rio de Janeiro. Não tem volta: vamos até o fim na luta pelo nosso estado no Senado.”
O documento enviado a Gleisi Hoffman por Quaquá tem apoio de Jilmar Tatto, coordenador de comunicação da campanha de Lula e membro da Direção Nacional do PT. Em entrevista ao jornal Valor, o petista afirmou que o “partido nunca se sentiu confortável” em apoiar Freixo.
Em conversa com jornalistas, nesta quinta-feira (21), durante a convenção do PT, Hoffman reforçou a aliança com o PSB no Rio de Janeiro e disse que pretende ter “uma discussão séria sobre a formação da chapa”. “Nós tínhamos um acordo”, finalizou a dirigente.
O Brasil de Fato procurou Marcelo Freixo e Alessandro Molon. Freixo preferiu não se manifestar sobre o assunto e Molon respondeu às mensagens e ligações.
Reportagem de Igor Carvalho, da Brasil de Fato SP.
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