Silvinei Vasques, o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), enviou um ofício no último domingo (6) ao Supremo Tribunal Federal (STF) no qual informou ter mobilizado mais homens em operações de aplicação do código de trânsito brasileiro durante o segundo turno, no último dia 30 de outubro, do que para desmobilizar, a mando do próprio STF, os posteriores bloqueios de rodovias que se espalharam pelo Brasil em protesto contra a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições.
De acordo com o ofício, foram enviados 4341 agentes para atuar nas mais de 500 operações ocorridas durante o segundo turno das eleições. No dia seguinte, quando os primeiros bloqueios tomavam trechos de rodovias de uma dezena de estados brasileiros, apenas 2830 haviam sido mobilizados. Cerca de 35% a menos que nas operações que, segundo Vasques, serviriam para aplicação do Código de Trânsito.
Também a quantidade de reforços em cada momento apareceu desigual no parecer da própria PRF. Em 30 de outubro cerca de 45% dos policiais mobilizados estavam nas ruas como reforço para as operações. No dia seguinte os reforços caíram para 8% do contingente.
Acontece que na hora de relatar os números ao STF, Vasques não considerou os homens que reforçaram as operações, mas somente os policiais que já estariam nas escalas das operações. Utilizando-se dessa contagem, declarou ao Supremo que havia mais homens mobilizados no dia seguinte às eleições do que nas operações que ocorreram durante as mesmas. De acordo com tal contagem seriam 2354 policiais em ação no domingo de eleições e 2605 no dia seguinte.
No entanto, a partir da terça-feira (1), os números começaram a aumentar e se aproximar do total mobilizado no domingo. O total de agentes da PRF mobilizados para desbloquear as rodovias chegou a 4367. Dois dias depois, com a quantidade de bloqueios reduzida, estiveram mobilizados 3208 homens da PRF.
Já em relação aos custos das operações, a PRF registrou gastos de R$ 3,5 e R$ 3,6 milhões no primeiro e segundo turnos, respectivamente. Nos três seguintes ao segundo turno, os gastos escalaram e acabaram somando um total de R$ 14,7 milhões: R$ 970 mil na segunda (31), R$ 10,8 milhões na terça (1) e R$ 3 milhões na quarta (2).
Reportagem de Rapahel Sanz, da Revista Fórum.
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