Com votação a toque de caixa e sob protesto dos deputados do Partido dos Trabalhadores (PT), a Assembleia Legislativa (Alep) aprovou nesta quarta-feira (23) em primeira discussão o projeto de lei 493/2022 de autoria do governo Ratinho Jr. que entrega a Copel para o controle da iniciativa privada. A privatização da estatal faz parte de um pacote de projetos enviados na segunda-feira à Assembleia. A proposta tramitou em regime de urgência e em 48 horas passou pelas Comissões e chegou ao plenário para discussão e votação. Os deputados petistas criticaram a falta de diálogo do governo estadual e afirmaram que a venda do maior patrimônio do Estado não interessa aos paranaenses. 

“Hoje não é um dia que a gente não gostaria que tivesse acontecendo na Assembleia Legislativa. Um projeto dessa envergadura, com o impacto que vai causar na sociedade paranaense sendo votado em dois, três dias, é um absurdo.  Não tem cabimento a forma como o governo está conduzindo esse processo. O governador não debateu com a população. É uma irresponsabilidade com o povo paranaense”, disse o líder da bancada, deputado Tadeu Veneri.

“Quem vai ganhar com isso? O Paraná certamente não será e o governador, que é transitório porque foi eleito para um mandato de quatro anos, irá fazer com o Estado aquilo que o ex-governador Jaime Lerner tentou e não conseguiu. Essa história não vai terminar aqui”, protestou o parlamentar.

O deputado Requião Filho criticou o projeto e disse que privatização da companhia vai garantir aos paranaenses a tarifa de luz mais cara do Brasil. 

“A venda da Copel é um péssimo negócio para o Estado, para as famílias paranaenses, para a indústria e para o agro. É um péssimo negócio porque a Copel mudou o seu estatuto e dará sempre o aumento máximo concedido para a Copel. Essa privatização mascarada garantirá que a companhia tenha a maior tarifa de luz do Brasil. Para quem este governador trabalha? Deveria ser para o povo paranaense, mas não é”.

A deputada Luciana Rafagnin destacou a importância da companhia para o Estado e ressaltou a capacidade lucrativa da empresa. 

“A Copel é uma empresa que tem história, projetos sociais, e nós sabemos que ela é lucrativa. Por isso não entendemos porque o governo quer privatizar a estatal. Quando a gente olha para uma empresa como essa, fica a pergunta: por que privatizar? Esses projetos não passam de um pacote de maldades. Não tivemos tempo hábil para análise aprofundada. Sabemos que se o governo não quer dialogar é porque essas propostas não fazem bem ao nosso povo”.

Na mesma linha o deputado Professor Lemos reforçou posição contrária ao projeto e disse que a Copel é uma empresa que “só dá orgulho ao povo paranaense”.

“A Copel é uma empresa muito importante para o Estado e para o nosso povo. Ela fornece energia, uma necessidade básica e energia não é mercadoria. A Copel é uma empresa que só dá orgulho aos paranaenses. Essa empresa não pode ser entregue à sanha do mercado. Se aprovado, este projeto vai prejudicar quem mais precisa porque o mercado não tem dó nem piedade. Como ficam os programas sociais? Durante a campanha eleitoral, Ratinho Jr. disse que não venderia a companhia e agora, em regime de urgência e sem diálogo, a toque de caixa, quer entregar a empresa para empresários estrangeiros. Somos contra e queremos que a Copel continue sendo do povo paranaense”.

Líder da Oposição, o deputado Arilson Chiorato ressaltou que com a privatização, a Copel vai atender os interesses do mercado em detrimento dos interesses do povo paranaense.

“A maior empresa pública do Paraná corre o risco de ser privatizada. Dizem que vai virar uma corporação. Acontece que vai virar uma empresa do mercado. O que significa isso? Uma história que todos conhecem: aumento de tarifa, redução de investimentos e perda de direitos trabalhistas de que quem trabalha e produz. O governador na campanha não debateu com o povo, não teve coragem de dizer que ia vender a Copel e inclusive gravou um vídeo dizendo que não ia fazê-lo. Fugiu dos debates, fugiu de entrevistas e, agora, por um delírio do Palácio Iguaçu, o Paraná passará a ter a tarifa de luz mais cara do Brasil”.

A privatização da Copel foi aprovada em primeiro turno com 38 votos favoráveis e 14 contrários. O projeto recebeu emendas em plenário e deverá ser votado em segundo turno na sessão plenária desta quinta-feira (23).

DEPUTADOS QUE VOTARAM A FAVOR DA VENDA DA COPEL

DELINO RIBEIRO  (PSD)
ALEXANDRE AMARO (REP)
ALEXANDRE CURI (PSD)
ANIBELLI NETO (MDB)
ARTAGÃO JUNIOR (PSD)
BAZANA (PSD)
BOCA ABERTA JUNIOR (PROS)
CANTORA MARA LIMA (REP)
COBRA REPORTER (PSD)
DEL. FERNANDO MARTINS (REP)
DEL. JAVOVÓS (REP)
DOUGLAS FABRÍCIO (CDN)
DR. BATISTA (UNIÃO)
ELIO RUSH (UNIÃO)
FRANCISCO BUHRER (PSD)
GALO (PP)
GILBERTO RIBEIRO (PL)
GILSON DE SOUZA (PL)
GUTO SILVA (PP)
HOMERO MARCHESE (REP)
JONAS GUIMARÃES (PSD)
LUIZ CARLOS MARTINS (PP)
LUIZ FERNANDO GUERRA (UNIÃO)
MARCEL MICHELELTO (PL)
MÁRCIO NUNES (PSD)
MAURO MORAES (UNIÃO)
NATAN SPERAFICO (PP)
NELSON. JUSTUS (UNIÃO)
NELSON LUERSEN (UNIÃO)
PAULO LITRO (PSD)
PLAUTO MIRÓ (UNIÃO)
REICHEMBACH (PSD)
RICARDO ARRUDA (PL)
RODRIGO ESTACHO (PSD)
SOLD. ADRIANO JOSÉ (PP)
SOLDADO FRUET (PROS)
TIAGO AMARAL (PSD)
TIÃO MEDEIROS (PP)

DEPUTADOS QUE VOTARAM CONTRA A VENDA DA COPEL

ARILSON CHIORATO (PT)
LUCIANA RAFAGNIN (PT)
PROFESSOR LEMOS (PT)
REQUIÃO FILHO (PT)
TADEU VENERI (PT)
CRISTINA SILVESTRI (PSDB)
EVANDRO ARAÚJO (PSD)
GOURA (PDT)
LUIZ CLÁUDIO ROMANELLI (PSD)
MABEL CANTO (PSDB)
MÁRCIO PACHECO (REP)
MICHELE CAPUTO (PSDB)
CORONEL LEE (DC)
TERCÍLIO TURINI (PSD

NÃO VOTARAM

ADEMAR TRAIANO (PSD)
NEREU MOURA (MDB)

ASCOM – PT na ALEP.

guazelli

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