A Operação Lava Jato acompanhou e registrou em vídeo, em fevereiro, duas entregas de dinheiro a José Expedito Rodrigues Almeida, ex-assessor do senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do Progressistas.
A gravação foi uma “ação controlada” da Polícia Federal, isto é, uma operação planejada com o auxílio do próprio Almeida, que procurou a PF para denunciar um esquema de captação de propina de políticos do PP, entre os quais Nogueira e o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE).
Segundo Expedito Almeida, o dinheiro – R$ 5 mil na primeira entrega, em 26 de fevereiro, e R$ 1 mil na segunda, em 28 de fevereiro – destinava-se à compra do silêncio dele.
O ex-assessor disse à PF que as entregas foram feitas pelo ex-deputado Márcio Junqueira, ex-PP, atualmente no PROS, com o objetivo de que ele, Almeida, ficasse calado ou mudasse o teor de depoimentos dados anteriormente – desfavoráveis a Ciro Nogueira e Eduardo da Fonte (PP-PE). Nos autos da investigação, Almeida afirma que os pagamentos foram feitos “com a ingerência direta desses dois”.
Junqueira foi preso na última terça-feira (24/04), mesmo dia em que a Polícia Federal cumpriu mandados de busca nos gabinetes e nos apartamentos funcionais do senador e do deputado.
Após a ação controlada, Ciro Nogueira, Eduardo da Fonte e Marcio Junqueira passaram a ser investigados por suspeita de obstrução de justiça.
A investigação apontou que, na primeira entrega, “houve nítidos diálogos captados na escuta com referência a Eduardo da Fonte”. Na segunda, a Procuradoria Geral da República reproduziu imagens que mostram que no mesmo dia da entrega, o ex-deputado primeiro esteve na casa de Eduardo da Fonte e, depois, foi repassar o dinheiro a José Expedito.
O dinheiro recebido por Almeida foi apreendido pela PF. O ponto de partida dessa ação controlada foram quatro depoimentos prestados por ele em setembro de 2016, relatando que estava sendo ameaçado.
Fonte: G1
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