O procurador Deltan Dallagnol, que atua na força-tarefa da Operação Lava Jato, terá que dar explicações a dois órgãos disciplinares: a corregedoria do MPF (Ministério Público Federal) e a corregedoria do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), informa a colunista Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.
Na quarta (15/08), ele deu entrevista à rádio CBN e comentou a decisão da 2ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) de transferir para a Justiça de Brasília trechos da delação premiada de executivos da Odebrecht que fazem referências a Lula.
Dallagnol afirmou que a decisão foi tomada “pelos três mesmos de sempre, que tiram tudo de Curitiba e que mandam tudo para a Justiça Eleitoral e sempre dão habeas corpus, estão sempre formando uma panelinha e que mandam uma mensagem muito forte de leniência a favor da corrupção”.
Ele se referia aos ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski.
Uma das investigações foi aberta a pedido do ministro Dias Toffoli, que na quinta se encontrou com o corregedor-geral do CNMP, Orlando Rochadel.
O corregedor confirma a informação. Ele diz que recebeu uma solicitação do magistrado “para apurar” possível infração disciplinar por parte de Dallagnol.
“Instauramos uma reclamação disciplinar”, afirma. “Nessa primeira fase, vamos degravar a entrevista concedida por ele e ver se há algum indício de infração e se há expressões incompatíveis [com o exercício da função]”, afirma. “Depois vamos pedir explicações e, a partir daí, decidir se abriremos um procedimento administrativo disciplinar”.
O procedimento será o mesmo na corregedoria do MPF. De acordo com a assessoria do órgão, haverá uma verificação inicial sobre o teor da notícia para então se decidir pela instauração, ou não, de uma sindicância.
Fonte: Contraponto
Comentar