Policiais federais apreenderam R$ 1.020.260 na operação deflagrada na manhã desta sexta-feira (28/09) em endereços ligados a Marconi Perillo (PSDB), ex-governador de Goiás e candidato ao Senado.
Desse valor, segundo a corporação, R$ 80 mil estavam na casa de Jayme Rincón, ex-presidente da Agência Goiana de Obras (Agetop) e coordenador da campanha do atual governador e candidato à reeleição, José Eliton. O restante, R$ 940.260, na casa do motorista dele, o policial militar Márcio Garcia de Moura.
Em nota, o advogado de Perillo, Antônio Carlos de Almeida Castro, disse repudiar a operação e afirmou que não há “qualquer fiapo de indício” contra o ex-governador.
A defesa de Rincón declarou não haver “qualquer fato novo que justificasse a ordem de prisão hoje expedida” e que “os sigilos telefônicos e bancários dele já foram quebrados ao longo dos últimos 8 anos e nada foi encontrado”.
Batizada de Cash Delivery, a operação é um desdobramento das investigações da Operação Lava Jato e decorre de acordos de leniência e colaboração premiada de executivos e ex-executivos da Obebrecht.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), “quando ainda era senador e, depois, também como governador, Marconi Perillo solicitou e recebeu propina no valor de, em 2010, R$2 milhões e, em 2014, R$10 milhões, em troca de favorecer interesses da empreiteira relacionados a contratos e obras no estado de Goiás”.
Segundo a Polícia Federal, foram registradas 21 entregas de propina só em 2014. Os pagamentos teriam sido feitos pela Odebrecht em favor de Perillo, apontado pela denúncia como chefe do esquema. Já Rincón seria seu braço direito. De acordo com as investigações, a propina era entregue em dinheiro em espécie e transportada em malas e mochilas.
Ao todo, foram cumpridos cinco mandados de prisão temporária e 14 de busca e apreensão. A ação ocorreu em cinco cidades – Goiânia (GO), Pirenópolis (GO), Aruanã (GO), Campinas (SP) e São Paulo (SP).
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