O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta segunda-feira (22/10) que o filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) errou e já foi advertido pelas declarações que vieram à tona neste domingo (21/10) sobre a possibilidade de “fechar o STF” (Supremo Tribunal Federal).
Em entrevista ao SBT, gravada pela manhã, o candidato ao Palácio do Planalto buscou se distanciar da fala do filho, seu colega na Câmara dos Deputados, dizendo que a responsabilidade é do “garoto”. Eduardo tem 34 anos e foi eleito para o segundo mandato como deputado com a maior votação da história.
“Eu já adverti o garoto. É meu filho. A responsabilidade é dele. Ele já se desculpou. Isso [o vídeo] aconteceu há quatro meses. Ele aceitou responder a uma pergunta que não tinha nem pé, nem cabeça, e resolveu levar para o lado desse absurdo aí”, declarou Bolsonaro.
As declarações feitas em uma aula para concursos públicos em julho provocaram reações no meio jurídico e entre ministros do Supremo. O decano, Celso de Mello, chamou a fala de ‘inconsequente e golpista”.
Sem citar Eduardo nominalmente, o ministro do STF Alexandre de Moraes disse nesta segunda que as declarações do deputado são “absolutamente irresponsáveis” e defendeu que a PGR (Procuradoria-Geral da República) abra uma investigação contra o parlamentar por crime tipificado na lei de segurança nacional.
Bolsonaro disse ter “todo o respeito e a consideração com os demais Poderes”. “E o Judiciário obviamente é importante”, acrescentou.
Neste domingo, o presidenciável falou a jornalistas que não tinha visto o vídeo com as declarações, mas disse acreditar que elas haviam sido retiradas do seu contexto original.
Nesta segunda, ele reconsiderou sua posição. “Até fui pesado com o garoto, né? ‘Quem fala isso, tem que buscar um psiquiatra’. E ele já assumiu a responsabilidade, repito, se desculpou. E no que depender de nós, obviamente, essa é uma página virada na história”, declarou.
“Repito: o garoto errou, foi advertido, e vamos tocar o barco”, pediu Bolsonaro.
Em mensagem postada nas redes sociais ontem à tarde, Eduardo afirmou que o vídeo “não é motivo para alarde”.
“Se fui infeliz e atingi alguém, tranquilamente peço desculpas e digo que não era a minha intenção”, afirmou em mensagem nas redes sociais.
Na entrevista ao SBT, o candidato à Presidência aproveitou para lembrar que o deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) propôs o fechamento do STF em abril desse ano.
“Agora, por outro lado, o Wadih Damous há poucos meses falou de forma bastante consciente em fechar o Supremo e não teve essa repercussão toda”, reclamou.
Damous, que foi presidente da OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro) afirmou que era preciso “redesenhar” o Poder Judiciário e fez diversas críticas ao ministro Luís Roberto Barroso, que segundo ele “ajudou a colocar o presidente [Luiz Inácio] Lula [da Silva] atrás das grades”.
Fonte: UOL
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