Cida Borghetti (PP) que governará o Paraná a partir de abril do ano que vem, sofreu o primeiro revés antes mesmo de assumir o cargo. Receosos com as futuras decisões dela no comando do Palácio Iguaçu, deputados aliados ao governador Beto Richa (PSDB) reduziram de 15% para 5% a margem do orçamento de 2018 que ela poderá remanejar livremente, sem necessidade de autorização da Assembleia Legislativa. O corte representa mais de R$ 6 bilhões.
Por ora, tudo leva a crer que Richa renunciará ao mandato, como exige a legislação eleitoral, para poder disputar o cargo de senador. Com isso, Cida terá a máquina do estado por seis meses nas mãos antes da disputa pelo Executivo estadual, quando tentará se reeleger. E isso provoca vários tipos de medo nos parlamentares que hoje dão sustentação aos projetos do tucano no Legislativo. Dos 33 aliados fieis de Richa na Casa, somente dois são do partido de Cida. Os demais demonstram completo desconforto em ter de lidar com ela e, sobretudo, com o marido e ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), a partir de abril.
Exatamente por isso, os deputados aprovaram uma emenda ao texto da Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2018, tirando dez pontos porcentuais do “cheque em branco” que Cida terá sob controle na cadeira de governadora. O índice para o ano que vem voltará a patamares do primeiro mandato de Richa, em 5%. Em 2015, por exemplo, na abertura do segundo mandato, o tucano teve 15% para livre remanejamento, o maior índice da história do estado. A justificativa oficial é que à época isso foi necessário por conta do ajuste fiscal e que agora, passado o turbilhão da crise, é preciso “voltar a valorizar o Legislativo”.
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