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A Operação Integração II, 55ª fase da Lava Jato, deflagrada nesta quarta-feira (26/09), investiga pagamentos de propina para agentes públicos relacionados à CPI dos Pedágios, da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Também há indícios de pagamentos a colaboradores do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Até o momento as investigações não chegaram aos nomes dos agentes políticos ou fiscais.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), para efetivar a entrega dessas propinas, Ruy Giublin, diretor da Caminhos do Paraná, uma das concessionárias do Anel de Integração, cedeu uma sala comercial no centro de Curitiba. O espaço foi usado exclusivamente para recebimento e repasse do dinheiro. O objetivo era criar obstáculos às investigações iniciadas na Alep e também impedir a fiscalização do TCE nas concessionárias.

Os desdobramentos desta quarta usam três colaborações premiadas: Nelson Leal Júnior, ex-diretor do Departamento de Rodagem de Estradas do Paraná (DER-PR), Hélio Ogama, ex-diretor-presidente da Triunfo Econorte, e Hugo Ono, ex-contador da Triunfo.

“O ex-diretor do DER-PR disse aos procuradores que a CPI da Assembleia da Legislativa se tratou de um “acordão político” para preencher os próprios cargos que seriam disponibilizados e que não havia “vontade política de descobrir nenhum ilícito”. Nelson Leal também indicou que a CPI era usada basicamente para duas finalidades: obtenção de mais cargos para deputados da base aliada e solicitação de vantagem indevida por parte dos deputados da base aliada para as concessionárias.

Nelson não citou nomes de forma direta e disse que “ninguém no governo ou nas concessionárias se preocupou com a CPI porque todos sabiam que não iria dar um nada, sendo que já havia existido outra CPI no Governo anterior que também não resultou em responsabilização de nenhum envolvido”.

Na coletiva de imprensa realizada na Superintendência da Polícia Federal, o procurador Diogo Castor de Mattos, do MPF, disse que os pagamentos ocorreram entre 2013 e 2014. “Nós sabemos da arrecadação até o operador financeiro, mas não das entregas dos ilícitos”, afirmou. O procurador também disse que o TCE foi alvo de inúmeras reclamações das empresas porque elas estavam sendo auditadas de forma “bem incisiva”. O relatório da CPI não indiciou ninguém e apenas propôs recomendações ao Poder Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas, DER-PR e Agepar.

De acordo com Hélio Ogama, também colaborador da operação, Luiz Fernando Wolf de Carvalho, dono da Triunfo e preso preventivamente nesta quarta, solicitou que ele fizesse “pagamentos extraordinários” de propina relacionados à CPI do Pedágio e ao TCE após decisão tomada em reunião de acionistas das concessionárias em São Paulo.

Registros telefônicos da investigação também indicam considerável comunicação entre Luiz Fernando Wolf de Carvalho e outros investigados. Os registros de Ezequias Moreira (ex-secretário de Cerimonial de Beto Richa), segundo o MPF, apontam para 44 chamadas recebidas e 28 efetuadas com terminais de Luiz Fernando. Além disso, os procuradores apontam a existência de 279 ligações feitas pelo dono da Triunfo para terminais de Aldair Petry (Neco), funcionário do DER, 17 chamadas recebidas de Deonilson Roldo (chefe de gabinete de Beto Richa) e 23 efetuadas para este mesmo interlocutor.

A Alep informou que não irá se manifestar e o TCE ainda não respondeu.

Fonte: Gazeta do Povo

guazelli

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