O convite do futuro governo de Jair Bolsonaro a dois tucanos abriu uma discussão no PSDB sobre a expulsão de quem aceitar cargos na gestão que assume em janeiro. Integrantes da legenda que defendem um distanciamento do novo governo querem a saída do partido dos tucanos “adesistas”. A bancada do PSDB na Câmara se encontra nesta quarta-feira (05/12) à tarde com Bolsonaro, mas a retórica oficial é a de que a legenda apoiará as reformas, mas não terá cargos – em convergência com os discursos feitos pelo MDB e PRB, que também se encontraram na terça (04/12) com o presidente eleito.

O deputado Danilo Forte (CE), que não se reelegeu, e Mayra Pinheiro, ex-candidata ao Senado pelo Ceará e que também não foi eleita, foram convidados para cargos no segundo escalão do governo Bolsonaro. O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), chamou Forte para atuar numa das coordenadorias que serão ocupadas por ex-parlamentares para fazer a articulação com o Congresso. Aliados de Forte chegaram a divulgar que ele ocuparia o setor responsável pela interlocução com o Nordeste, o que foi negado por Lorenzoni, depois que caiu mal no PSL a indicação – Forte já foi do MDB e PSB e presidiu a Funasa no governo Lula.

Mayra Pinheiro, médica pediatra, foi chamada para a ocupar a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação da Saúde, a convite do futuro ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS). Ela ficará responsável pela gestão do Mais Médicos.

O ex-candidato ao governo do Ceará pelo PSDB, General Theophilo, também foi convidado por Sérgio Moro, futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, para ocupar a Secretaria Nacional de Segurança Pública, mas ele se desfiliou do partido.

O senador Tasso Jereissati (CE) é um dos que defendem nos bastidores o desligamento desses tucanos, mas o PSDB está dividido em relação à questão. Os três convidados para os cargos são do Ceará, estado que tem como principal liderança tucana Jereissati, que foi governador cearense duas vezes.

Os governadores eleitos pelo PSDB, João Doria (SP), Reinaldo Azambuja (MS) e Eduardo Leite (RS), sob comando do paulista, defendem uma adesão à gestão Bolsonaro, apoiados por parte dos chamados cabeças pretas, ala que defendeu o impeachment. Do outro lado, estão os tucanos tradicionais, como FHC, Geraldo Alckmin, atual presidente da legenda, e o próprio Tasso, que querem o distanciamento, apesar de defenderem a aprovação das reformas, para, dizem, não se “igualarem” ao PT.

“Precisamos ocupar um espaço. A direita já está ocupada, e a esquerda também, pelo PT. Temos de defender o centro”, disse, ao blog, um dos principais líderes tucanos.

A batalha para definir os rumos do PSDB tem data. Em maio, o partido se reúne para escolher a nova direção da legenda e, se a ala “adesista” ganhar, o PSDB caminhará para a aproximação formal com Bolsonaro, isolando os fundadores da legenda.

Fonte: G1

guazelli

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