O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou categoricamente nesta quinta-feira (17) que não pretende privatizar o Banco do Brasil em seu mandato. A fala contraria a intenção de seu ministro da Economia, Paulo Guedes, de vender a instituição à iniciativa privada, e mostra mais uma desavença entre os dois.
“Eu já falei que Banco do Brasil e Caixa Econômica no meu governo não se cogita a sua privatização”, disse ele durante a transmissão.
Na sequência, ele também afirmou que não vai admitir a venda da Casa da Moeda. “A Casa da Moeda eu achei que não era o caso em razão de informações que eu tive, de outros países que privatizaram e voltaram atrás o que a Casa da Moeda faz tem que ser algo de segurança nacional”, afirmou. “Só esses três [não serão privatizados]”, declarou.
No entanto, o titular do Planalto negou que essas atitudes signifiquem “interferência” na economia. “Pessoal fala em interferir, mas eu exerci um direito meu, se eu que nomeio o ministro, no caso o Paulo Guedes”, disse ele na transmissão.
A declaração colide com a intenção de Guedes de vender o Banco do Brasil. Na fatídica reunião ministerial de 22 de abril, o ministro da Economia disse que o Banco do Brasil “é um caso pronto de privatização”. E ainda reiterou que tinha que “vender essa porra”.
A fala consta na gravação em vídeo da reunião, que foi tornada pública devido a decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, Bolsonaro riu e disse que a privatização do banco só seria discutida em 2023, num eventual segundo mandato seu.
Reportagem de Fabiola Salani, da Revista Fórum.
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