Alvo da Operação Rádio Patrulha, o ex-secretário especial para Assuntos Estratégicos no governo do Paraná Edson Casagrande teria comprado o silêncio de um possível delator da fraude na licitação do programa Patrulha do Campo, da gestão Beto Richa (PSDB). A informação consta no depoimento de Altair Blasius, que procurou o Ministério Público do Paraná (MP-PR) em dezembro de 2014 para denunciar a fraude no processo licitatório, realizado pelo governo do Paraná entre o final de 2011 e início de 2012. Os citados negam que tenham participado de qualquer fraude.
Morador de Nova Prata do Iguaçu, no interior do estado, Blasius revelou ao MP que a empresa Terra Brasil Terraplanagem Ltda, que acabou vencedora de um dos três lotes da licitação do programa Patrulha do Campo, já “tinha ido à falência” quando foi chamada por Casagrande, então secretário de Richa, para participar da concorrência. Donos da empresa, os irmãos Emerson Savanhago e Robison Savanhago teriam recebido dinheiro de Casagrande para “manter a empresa em funcionamento”.
Ao MP, Blasius ainda explicou que o empresário Wanderley Faust, então secretário de esportes na Prefeitura de Cascavel, foi quem apresentou Casagrande aos irmãos Savanhago. E que, por isso, também seria beneficiado, ficando com 10% do faturamento da Terra Brasil. Faust, contudo, teria sido posteriormente excluído do negócio, e passou a ameaçar o grupo, disposto a delatar o esquema. Para ficar calado, ainda segundo Blasius, Casagrande deu ao ex-secretário de esportes “25 camionetes Montana e uma camionete S10”.
A declaração de Blasius gerou, em setembro de 2015, a abertura de um inquérito civil, ainda não concluído.
Fonte: Gazeta do povo
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